segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Desmistificando a eutanásia


Polêmica e mal compreendida a eutanásia sempre dividiu opiniões entre proprietários de animais de estimação; e como todo assunto tratado como tabu, sua causa é sempre a falta de conhecimento e bom senso.
Eutanásia é um termo que vem do grego e originalmente significa “boa morte”, atualmente o que significado encontrado em dicionários se resume em “prática pela qual se abrevia a vida de um enfermo incurável de maneira controlada e assistida por um especialista”. O procedimento normalmente realizado em clínicas e hospitais veterinários consiste em uma sedação prévia, seguida de uma anestesia geral, da mesma forma que é realizada para procedimentos cirúrgicos altamente invasivos (onde há o acesso a cavidades abdominal ou torácica, por exemplo) e só quando o animal está completamente em plano anestésico é administrada a famosa “injeção letal”, que nada mais é do que uma substância que rapidamente causa parada cardíaca.
Do ponto de vista moral, pode-se afirmar com toda a certeza, que a eutanásia é um procedimento ético e indolor, desde que realizado corretamente e por um profissional qualificado, mas e do ponto de vista emocional? Como saber qual o momento certo?
A decisão de uma eutanásia deve ser precedida de muita reflexão, levando em conta vários fatores, como a gravidade da doença, qual é a esperança de melhora para o animal, qual é o grau de sofrimento suportado por ele, qual seria sua expectativa de vida, mesmo se estivesse sadio (um animal com 12 ou 13 anos, mesmo sadio não tem uma expectativa de vida tão grande) e não menos importante, mas na maioria das vezes ignorado pelo proprietário, quanto financeiramente dispendioso será o tratamento deste animal; na maioria das vezes os proprietários não tomam tal decisão pensando em como irão sofrer com a ausência de seus animais e esquecem de que podem apenas estar prolongando uma situação pesarosa.
Como veterinária posso afirmar que em algumas situações a eutanásia é um ato de amor e deve sim ser levada em consideração, porém é uma decisão extremamente pessoal e relativa e deve ser avaliada com muita calma, sensatez e sem a influência de terceiros.